Cartas de Amor

19-10-2013 22:17
Hoje de volta das arrumações dos meus pertences encontrei "perdidas" no fundo de um caixote, maltratadas, antigas cartas de amor. 
 
Mesmo muito antigas, de uma namorada que tive era eu ainda um jovem quase adulto. Ou seja à uma eternidade! 
 
Deliciei-me com o que li, pelo conteúdo, pelas recordações e acreditem ou não pelo aroma que ainda exalavam passados quase 30 anos. 
 
A modernidade e a capacidade de interacção que as novas tecnologias nos proporcionam também fazem cair no esquecimento coisas que pela sua beleza e significado deveriam manter-se bem vivas. 
 
Quase todos nós em alguma altura escreveu sentidas e vividas Cartas de Amor dirigidas à pessoa fruto dessa paixão. E hoje em dia? Quase ninguém o faz! 
 
É mais fácil e prático mandar um email, colocar um post num blog qualquer, mandar um sms ou até trocar frases no MSN. Mas cartas, expressar os nossos sentimentos usando a velha caneta e papel. Perfumando essa forma de dizer que te amo ou que sinto a tua falta! 
 
Como eterno e inveterado romântico que sou, ainda continuo a escrever as minhas Cartas de Amor. 
 
Escrevo-as usando o meu computador e a sempre presente internet, mas também o faço desenhando letra a letra, de forma cuidada, compondo num quadro um conjunto de emoções, sentimentos e desejos. Fi-lo a ultima vez à relativamente pouco tempo. A 30 de Janeiro deste ano.
 
Mas mesmo escrevendo perdeu alguma da sua magia no momento em que a entreguei em mão à destinatária. Aquela magia de receber uma Carta de Amor, entregue pelo carteiri, descoberta no fundo da caixa do correio... 
 
Esse momento, o abrir da carta, o ler as palavras nela escritas fazem que muitos sentimentos sejam vividos por quem recebe a carta de uma forma mais intensa, mais profunda. 
 
Cartas de Amor, actos de entrega e de partilha de sentimentos. 
 
Cartas de Amor... Perdidas para sempre na memória de tempos passados e caídas em total desuso. 
 
Mas mesmo passado quase 30 anos, essas mesmas cartas contém em si, guardadas indelévelmente, memórias de um passado por vezes esquecido. e de um sentimento outrora vivido. 
 
Porque haveremos de deixar morrer um acto tão significativo, como uma simples Carta de Amor?
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