Inquieto sinto a vida que passa, que pesa e que esmaga.
Irrequieto procuro o meu destino e sem rumo
vagueio no espaço de cada momento sentido, vivido
num pensamento que corroi e desfaz cada pedaço de mim,
e atrás um sentimento que constroi em peças gastas uma obra sem fim.
Ando perdido sim!
Procurando encontrar-me em ti e
em ti revelar o que sobrevive em mim!
Sem me dar conta eu me encontro,
numa qualquer sala de cinema, escura, obscura
assistindo um velho filme, gasto pelo tempo,
entrecortado por manchas e riscos.
Olho e não vejo, oiço e não compreendo.
Que faço eu aqui afinal?
De repente o silêncio invade a sala,
sufocantemente ensurdecedor.
Apenas eu e um tela em branco, ofuscante, gritante!
Sentado assim me deixo,
pensando no velho filme... como seria o final?
E no meio de tanta confusão silenciosa,
descubro enfim história ainda vai a meio
e o final ainda está para ser escrito.
Assim tranquilo me levanto e sorrindo saio
disposto a escrever um novo capítulo
de uma história como tantas outras igual
sempre perdido, por desconhecer o fiinal!